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Memórias dos Pupilos

Aqui vou registar as lembranças, boas e más, dos meus tempos de aluno dos Pupilos do Exército para as partilhar com os leitores. São, também, para os actuais alunos se quiserem conhecer velhas experiências...

Memórias dos Pupilos

Aqui vou registar as lembranças, boas e más, dos meus tempos de aluno dos Pupilos do Exército para as partilhar com os leitores. São, também, para os actuais alunos se quiserem conhecer velhas experiências...

O Forum Pilão XXI

 

Passei por lá. Tenho sempre passado por lá. O que tenho lido? Nem dá para explicar! Vou tentar.

 

De um lado, o Trancoso, meu Companheiro e Amigo de há mais de 50 anos, a “esgrimir” sozinho, usando e gastando a sua rica retórica e a sua apurada lógica; do outro um, um grupo já razoável de jovens ex-alunos (com idade para serem seus filhos) acompanhados de uns Pilões mais “velhinhos”, mas que, como os chefes de escuteiros, resolveram vestir-se de garotos.

 

O grande e fundamental pomo de discórdia está assente no facto de o Trancoso ter dado público conhecimento de uma mensagem que o Américo Ferreira lhe havia mandado em privado. E o que dizia essa mensagem? Acima de tudo que postura transmitia essa mensagem? Tudo e nada!

 

Tudo, porque manhosamente o “lobo” se cobre com a pele do “cordeiro”; nada, exactamente porque quis fazer o papel do mais inocente anho do rebanho sujeito à escolha de um terrível algoz que o seleccionou para ser sacrificado no altar da opinião pública.

 

Deste modo, quando o Trancoso, meu Amigo desde os tempos do Pilão, meu camarada desde os recuados anos da Academia Militar, se dispõe a trazer à praça pública o que lhe tinha sido enviado em privado fá-lo com plena consciência e sem nenhuma ponta de inocência. Não contou foi com a “lágrima” fácil dos jovens Pilões que o Américo Ferreira sabe explorar com mestria. O Trancoso contou com a frontalidade, a coragem, a frieza de raciocínio e a verticalidade de todos os que o lessem. Enganou-se. O presidente da Direcção da APE levou-lhe a melhor, pelo menos neste round. O porquê? Porque, na sua mensagem privada perguntava, com ar de “puto” acabado de entrar nos portões do Instituto: — Que mal te fiz eu, para me estares a bater sempre?

 

Ardiloso, este “puto” de cinquenta e tal anos! Muito ardiloso...

 

Assim ele sabia que se o Trancoso tornasse público o que era privado ia contar com o apoio — como está a contar — de todos os “putos” que vão atrás do “choro” que lançou na sua mensagem e sabia, também, que se o Trancoso lhe desse resposta em privado nunca iriam ser públicas as suas tropelias enquanto presidente da Direcção da APE. Se fossem tornadas públicas estavam atenuadas pela “tremenda maldade” do meu Amigo Dias Trancoso ter dado à publicidade uma coisa em que ele, “pobre inocente”, queria reservada.

 

Esperto o “menino”!

 

Tão esperto que conseguiu, de facto, não só desviar as atenções gerais do que é, realmente, fundamental como, também, garantiu a adesão, pelo menos, da maioria dos leitores que se querem comprometer no Forum (porque haverá, disso não tenhamos dúvidas, muitos ex-alunos que estão de acordo com o António Trancoso, mas não querem vir à estacada “sujar” a imagem, dando-lhe a razão que lhe assiste).

 

O Américo Ferreira conseguiu “dar a volta” à cabeça dos “putos” (tenho filhos mais velhos do que a maioria dos Pilões que se manifestam tão desabridamente no Forum e que, aqui para nós, eu gostaria de os ver se companheiros da sua idade tratassem os seus progenitores com a deselegância com que eles tratam quem passou pelo Pilão há mais de quatro dezenas de anos!), dizia, deu a volta à cabeça dos “putos” levando-os a considerarem uma falta de ética o que o Trancoso, com toda a coragem e frontalidade, fez.

 

Falta de ética, falta de decoro, falta de verticalidade associativa tem-na o Américo Ferreira quando continua à frente da Direcção depois de três membros efectivos do seu elenco (escolhidos por ele), em bloco, terem apresentado a demissão daquele órgão. Qualquer brigadeiro Álvaro de Oliveira, qualquer senhor Barroso Júnior — figuras ímpares de ex-alunos — teria imediatamente apresentado a demissão ao presidente da Assembleia Geral e passado à gestão corrente até que uma nova Assembleia tomasse decisões. Isso é Ética e Verticalidade. Mas que ética se pode esperar quando um presidente da Assembleia Geral convoca o plenário de sócios e falta à sua própria convocação? Mas que ética se pode esperar quando também não está presente o vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral?

 

São estas e outras que permitem aos presidentes deste país ir governando destinos mais ou menos alargados de colectividades mais ou menos amplas. Porque esses regem-se por uma ética que mal se vê, que não é a dos Homens verticais, impolutos e que não querem agarrar-se ao poder (por mais pequeno que ele seja) como o Botas de Santa Comba Dão.

 

O Américo Ferreira que venha publicamente explicar o buraco financeiro que a sua megalomania gerou, no ano passado, no património da APE. Buraco que vão ser os sócios a pagar... Mas isso não lhe convém trazer a público e explicar muito bem explicadinho. Explicar aos “putos” que, agora, lhe dão um indefectível apoio!

 

Meu caro António Trancoso, é altura de poupança... Não percas tempo, água e sabão... Poupa-te para gozares o excelente clima da “Pérola do Atlântico”, terra que de mau só tem quem a governa e onde muitos destes contra quem tu agora esgrimes parece terem aprendido muitas das manhas de homens públicos.

 

Não há paciência! Eu não a tenho, porque, sendo coronel reformado e professor universitário no activo faço todos os possíveis para dignificar aquilo que fui e aquilo que sou, comportando-me em concordância com o papel que é socialmente esperado de mim e com o qual a minha consciência está consonante.

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