O Pilão em destaque no Exército
Pois é, a APE tem tido o cuidado de anunciar no Fórum XXI as sucessivas palestras que por lá se fazem para salas mais ou menos às moscas, mas esqueceu-se de dar relevo ao último número do Jornal do Exército que, como se pode ver na fotografia em cima, tem a capa inteiramente dedicada ao nosso Instituto!
E qual o motivo deste silêncio sepulcral por parte da Direcção?
Como dizia o Senhor Banana, das duas três: ou porque lhe passou à margem o Jornal do Exército, o que me parece absurdo e impossível; ou porque não há ninguém na Associação para abrir a correspondência e ver o que interessa; ou, finalmente, porque a notícia que dá origem à capa e que ocupa as páginas centrais — 9 (nove) páginas no total — não vai de acordo com os sonhos de grandeza que a Direcção alimentou entre a massa associativa.
Esta última hipótese é capaz de ser a mais verdadeira!
E o que diz de tão importante o Jornal do Exército?
Pois quem tenha curiosidade carregue em cima das fotografias que insiro e leia o que por lá se diz. Mas para os que já tem dificuldades de visão eu faço uma síntese:
Que o IMPE deixe de ministrar o ensino superior e o Ensino Básico e Secundário e passe a leccionar «cursos de especialização tecnológica nas áreas tradicionalmente ministradas no Instituto, com fortes ligações à Instituição Militar, (….). Este novo modelo formativo, (…), prevê, em primeiro lugar, as possibilidades de adopção de cursos com apetência para as Forças Armadas e indústrias de defesa, incluindo a formação inicial tendo como projecção as empresas estratégicas nacionais, (…). O novo modelo prevê ainda a formação de quadros técnicos para os PALOP, ao abrigo das cooperações entre o Estado Português e os Estados membros desses países. (…). Ontem como hoje é necessário afirmar os valores intrínsecos do IMPE, nomeadamente a aliança entre o saber doutrinário (sustentáculo de todo o conhecimento) e a sua base ou aplicação experimental, sem a qual todo o saber é vácuo. (…). A enquadrar um modelo de ensino que se tem revelado ajustado às necessidades do País encontram-se valores que intrinsecamente caracterizam o espírito pilónico [sic] e que contribuíram significativamente para estabelecer um vínculo incorruptível entre várias gerações de ex-alunos que a esta casa [sic] permanecerão ligados durante a sua vida».
Não levo mais longe a transcrição para não roubar o prazer da leitura (aliás, difícil, embora possível de se conseguir com bastante paciência!) aos meus visitantes, mas não posso deixar de realçar que o projecto adoptado, afinal, pela Chefia do Exército parece ter sido inspirado no muito que tenho deixado escrito tanto no Boletim (quando ainda era sócio), no Fórum Pilão XXI e neste blogue que é consultado por muitos e variados visitantes, vindos de todos os quadrantes da vida nacional.
Não sinto vaidade por ter estado sempre no verdadeiro e único caminho possível para o Pilão, mas sinto-me satisfeito por ter vencido a razão e o bom senso que me nortearam no que fui dizendo nestes últimos anos.
O Instituto vai sobreviver norteado para o seu destino histórico e vai continuar a dar homens e cidadãos válidos para este Portugal que é de todos nós. Vai continuar na senda da formação de técnicos que serão bem preparados se tiver professores à altura da sua missão; vai continuar a dar gente válida para servir o Estado e as empresas estratégicas nacionais; vai continuar a fornecer gente para guarnecer as fileiras militares; e, se tudo isto não fosse suficiente, vai formar quadros técnicos para os países africanos de expressão oficial portuguesa, ou seja, vai agora desenvolver a acção formativa que durante a ditadura não foi possível, por não ter havido vontade política, e que durante a 1.ª República não houve tempo para realizar.
Fechou-se um ciclo e outro vai abrir-se. Auguramos bons resultados para o que aí vem.
Estamos de parabéns!